"Perturbar a paz nacional e não estudar"
Escrito por Otávio Martins e Bianca Raquel
Brasileiros,
jovens, sem perspectiva de vida, de futuro ou de amanhã; com poucas
preocupações em mente, ou nenhuma talvez, há menos aquelas que se referentes ao
dia de hoje ou à próxima hora, ou minuto; muitos alienados, ou todos; uma
realidade de um país sem compromisso com a educação.
Quem utiliza
redes sociais frequentemente sabe sobre o que o texto se refere: aos nossos
jovens que, em vez de optarem por mostrar publicamente em sua rede social que
estão estudando, e tentando melhorar, ou talvez mudar, seu destino no futuro,
preferem se denominar “trabalhadores, gerentes, chefes” da “empresa” VASP. A
Viação Aérea de São Paulo (1933-2005)? Não! Os “Vagabundos Anônimos Sustentados
- talvez - Pelos Pais”.
Talvez nem o Globo Repórter (da Rede Esgoto) seja capaz de explicar o que possivelmente passa pela
mente vazia desses jovens brasileiros, e chegar a uma resposta sobre o que leva
eles a quererem se denominar vagabundos (no tempo dos meus pais, chamar neguin de vagabundo era pedir pra
apanhar com cipó de goiabeira), talvez uma brincadeira para eles, ou uma forma
de chamar atenção. Mas para checar essas duas teorias temos que falar também
das modinhas, da mídia (popularidade; “fama”) que as redes sociais trouxeram.
A BUSCA PELA MÍDIA: NECESSIDADE COMPULSIVA DE ATENÇÃO OU DOENÇA?
A BUSCA PELA MÍDIA: NECESSIDADE COMPULSIVA DE ATENÇÃO OU DOENÇA?
Psicologicamente
falando, as duas coisas. Aposto que não será surpresa pra você, se em um
determinado, abrir um site de notícias e me deparar com uma notícia mais ou
menos assim: “Garota de 12 anos comete
suicídio após publicar foto de sutiã. MOTIVO: sua foto teve menos de 100 curtidas”.
Como comentei uma vez aqui no blog, as redes sociais trouxeram não só
coisas boas, mas também uma necessidade enorme de algumas pessoas por atenção, destaque,
fama, para assim conseguirem muitos comentários, curtidas em suas fotos,
seguidores, consequentemente elogios. Algo anormal, até porque sejamos
sinceros, se ao menos essas pessoas ganhassem dinheiro dependendo do número de
curtidas em suas fotos... Ainda falando da mídia,
fazendo um breve resumo sobre a ela, poderíamos dizer que é: a necessidade de
algumas pessoas de aparecerem (ser notado) em determinado habitat, no caso, as rede
social, utilizando todas as alternativas possíveis para fazer com que isso
aconteça, desde fotos sexuais, explicitas, até coisas indescritíveis,
ultrapassando os limites da lógica e da razão e fazendo que muitos suspeitem
que essa necessidade de atenção possa ser consequência de algum distúrbio. Não
é natural o que algumas pessoas fazem por atenção!
Não há como
negar que ter um pouco de atenção é sempre bom, claro, mas desde que haja um
limite para se consegui-la. Aparentemente, “também não há como negar” que
torna-se um ciclo vicioso. Na rede social, vemos cada vez mais pessoas aderindo
a essa, por que não dizer, bobagem de tentar ficar famoso da noite pro dia, se
espelhando naqueles que, entre aspas, “Já são mídias”. Dessa forma, a
coisa toda torna-se uma escola de “aprender a ser vagabundo”.
MAS, CADÊ OS PAIS DESSA MOLECADA?
MAS, CADÊ OS PAIS DESSA MOLECADA?
É difícil não
acreditar que os pais são os principais culpados, mas na verdade, em parte, não
são. Vamos imaginar que os pais dessas pessoas passam um dia inteiro
trabalhando, ou procurando emprego. Não podemos culpar, em parte novamente, por
não saber o que os filhos estão fazendo por aí, ou na Internet. Vamos imaginar
também que a educação dada aos filhos foi boa. O que aconteceu? Em determinada
parte da vida pode ter faltado atenção da parte dos pais? Sem dúvida.
Exatamente por isso usamos o “em parte”.
Alguns acreditam
que a atenção que esses jovens buscam na Internet seja para preencher a falta de
atenção em casa.
Mas, e nos casos
em que os pais fiscalizam as redes sociais dos filhos? Existem muitos casos que
isso acontece. Esses pais deveriam tomar providencias sérias, até porque, é uma
vergonha para qualquer pai ter filhos que publicam fotos mostrando os órgãos
sexuais na rede; ou se denominam vagabundos. Desonraria qualquer família. Se
você é um VASP, e está lendo até aqui, imagine o suor que saiu dos seus pais
desde que você era criança para não te deixar fora da escola, e agora você faz
isso, rapaz! Que vergonha.
Curiosidade, que
você pode até reparar enquanto navega nas redes sociais: a maior parte desses
jovens não está fora da escola. Pelo contrário, porque se estivesse, daria mais
valor à sua vida.
A CULPA TAMBÉM É DO GOVERNO?
A CULPA TAMBÉM É DO GOVERNO?
Na questão de
não investir na educação, sem dúvida. Mas vale lembrar que a maior parte desses
jovens não faz isso por não estar no colégio, e sim porque querem mesmo
aparecer. Não é porque ninguém da chance e ninguém o apoia, e sim porque
preferem vagabundar por aí e ter vida fácil em cima do suor dos pais. Preferem
passar o dia na Internet chamando atenção do que trabalhar. Não ligam para o
que a vida os prepara no futuro. Insistem em nem pensar nisso.
Então, antes de
culpar os pais, o governo, a Rede Esgoto
de Televisão por ter tirado a TV Globinho do ar, temos que entender que a
maioria dos adolescentes brasileiros foram criados com essa ideia de
conformismo na cabeça, de que não devem se preocupar em honrar sua família,
porque família pouco importa hoje em dia. Que não precisam se preocupar em
fazer o dever de casa e estudar, afinal, o nerd da sala vai ajudar na hora da
prova. De que vai se casar com um cara rico, por isso não precisa estudar. De
que tudo vai cair do céu.
Quando o
brasileiro aprender a horar mais tudo isso, e a se valorizar mais, valorizar
seus pais, seu país, chegará uma hora em que não existiram mais Vagabundos
Anônimos Sustentados – Talvez – Pelos Pais, e sim jovens universitários, com
boas notas no colégio, reduzindo o número de crimes, assaltos, roubos e
assassinatos. Sem dúvida o governo tem que fazer a sua parte, mas os jovens
também precisam se conscientizar que eles são o futuro desse país, e se eles
caírem na vagabundagem, o país, Brasil, segue o mesmo caminho.
Otávio Luiz Martins, 16 anos, calouro de Engenharia Agronômica pela Universidade Federal do Acre.
Bianca Raquel, 20 anos, estudante de Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Acre.
Fiquei surpreso com tantas dimensões e abordagens que foram citadas e bem coladas no artigo acima.
ResponderExcluirDe certa forma queria pontuar algumas coisas, na verdade trazer um reforço para o que foi dito, primeiramente no quesito de enquanto os pais estão no trabalho os filhos estão fazendo esse tipo de coisa, cheios, carregados de um deficit de atenção, esse é o primeiro ponto, PLANEJAMENTO FAMILIAR. Se pararmos para notar, nos atermos a essa questão, não de uma forma geral mas de grande parte, essa situação se cria de bairros periféricos ou de jovens de renda baixa, onde os pais não tiveram uma oportunidade de emprego ou não se empenharam por motivos diversos, a exemplo que em décadas passadas ter muitos filhos era sinônimo de dinheiro, afinal maior seria a mão de obra para trabalhar em lavouras e cultivos em geral, mas vivemos em uma época diferente, um século diferente. Dessa forma podemos evidenciar que possivelmente um atrasado no passado trouxe isso aos filhos.
Fazendo referencia ao livro CIDADÃO DE PAPEL, seu autor Gilberto afirma que isso se torna um ciclo vicioso onde os pais não terão condições de dar boas condições aos filhos, e os mesmos sem interesse permanecem estáticos, e isso se prolonga por gerações.
É ai que entra a questão governamental que foi citada, precisamos de iniciativas, de programas públicos que ofereça meios para que esses jovens desvie o caminho para a marginalidade, afinal sabemos que jovens querem coisas boas, mas se seus pais não podem oferecer, e eles não tem meios ou condições para obter, qual caminho será tomado? Talvez uma pergunta logica, A CRIMINALIDADE, dinheiro fácil. Programas educacionais que priorize o incentivo ao primeiro emprego, que não seja conquistado pelo jeitinho brasileiro, como estágios de escolas públicas que não quero mencionar nomes.
Estou excedendo um pouco, mas quero reforçar que mais que um deficit de atenção esse problema que parece ser pequeno é maior do que muitos pensam ou imaginam.
Mais uma vez quero agradecer pelo trabalho em conjunto que estão fazendo, e dando uma cara nova para o cenário estudantil, um olhar critico e cheio de esperança para um futuro melhor.
Att: Rammeson Aguiar de Sousa
Muito obrigado pelo seu comentário, Rammeson. Reforçou nossa publicação.
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